O corte na emissão de gases poluentes imposto por legislação europeia vai obrigar a multinacional a alterar quase todo o portefólio na unidade industrial aveirense. A adaptação está nas mãos de 80 engenheiros portugueses e tem de avançar já em Julho.
A Bosch está em contra-relógio para alterar quase todos os modelos de esquentadores a gás fabricados em Aveiro, de forma a cumprir a nova directiva energética (ErP-EuP) que entra em vigor em Setembro. Ou seja, a linha de produção vai ter de ser reconvertida, no máximo, a partir de Julho para garantir que todos os artigos obedecem aos novos parâmetros relacionados com a emissão de partículas e gases, a eficiência energética ou os níveis sonoros.
Dos 274 milhões de euros de vendas realizadas em 2017 por esta unidade industrial de termotecnologia, 260 milhões foram feitos nos mercados europeus, onde se aplica a legislação. Ao Negócios, o presidente da Bosch Portugal, Carlos Ribas, admitiu que esta reconversão está a exigir “um esforço muito grande na área da inovação”, garantindo, porém, que a fábrica não vai parar. “Estamos em fases de protótipos e de validações. As soluções existem”, detalhou.
O trabalho de adaptação tecnológica, para garantir novas soluções de aquecer a água, está sobretudo nas mãos dos cerca de 80 engenheiros que trabalham num moderno edifício ao lado da fábrica, onde desde o ano passado funciona o centro de competências da multinacional alemã para esta área. Rudiger Saur, o alemão que a partir de Portugal lidera esta unidade de negócios a nível mundial, reconheceu que “o mercado vai mudar um bocadinho com esta legislação que obriga a renovar por completo o portefólio”, mas espera “ser o fornecedor com a gama de mais baixas emissões na Europa”.
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